terça-feira, 23 de março de 2010

Seja bem-vindo!

Algo com um quê de nascer novamente. Os primeiros cuidados já não são mais de um recém-nascido, aparentam-se mais bruscos, mais duros. Aquela atenção periódica estende-se agora aos fins de tarde, já não há nada de novo, nada encantador, totalmente bucólico.
O “engatinhar” veio precoce, a necessidade de uma constante evolução tomou conta daqueles aconchegantes braços, dos bons abraços. Aqueles abraços. O encômodo sufoco é hoje uma saudade insólida. Já não cresço com os meus, já não tenho a segurança de me sentir inseguro. Os risos, os choros, os tombos parecem me levar gradativamente a situação fetal.
As etapas hoje encurtam-se em dias. Como tudo muda, como nada muda. Distâncias separam corações, enaltecem almas, aliviam dores. Hoje o “não nos afastemos muito!”, soa um tanto simbólico, mas gosto de símbolos. Talvez a semiótica ora me explique e meu “eu-lírico” desista de mim. Já não coexistimos mais, já não mais sentamos juntos. Tudo uma nova jornada, mas que gosto teria o novo se o antigo não o permitisse?
Revigorante seria se todos nós permitissimos amar. Permissão, não obrigação. Cada ser humano se define pelo coração que tem e não pelo perfume que compra ou pela vitrime que se reflete. Aquilo de aparência hora acaba, nenhum teatro permanece com suas cortinas abertas para sempre.
Consigo caminhar, mais caminho sozinho, o tempo me levará as mazelas de uma bengala, mas são elas ao fim que me darão apoio. Espero que todos a encontrem em sua significativa metáfora. Que a saudade permaneça, que o amor exista e que eu jamais me esqueça de como foi bom deixar sempre comigo o que comigo sempre esteve.
“... vamos sempre de mãos dadas!”

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